quarta-feira, 13 de maio de 2015

um estranho no ninho

Boom! Soou esse estranho som. Como se despertasse de um sonho, voltei à presença. Pensei na natureza estranha daquele ruído e me deparei com esse difícil questionamento - onde estou realmente? Facilmente conseguia definir onde estava, sempre passo por essa avenida, pelo menos duas vezes a cada três dias... Não seria suficiente responder assim; dessa vez eu não estava por completo ali naquela rua. Alguma parte de mim estava em algum outro lugar. Mas onde? Minha mente se cansou, meu coração intensificou as batidas -  minha consciência permanecia límpida. Observei todo o perímetro, estava só. Vi-me em mil lugares e em nenhum deles. Uma profusão de sentimentos atravessou o meu sistema nervoso como um raio. Resolvi caminhar. Resolvi testemunhar tal fenômeno. Percebi uma estranha nostalgia, senti conforto naquele oceano desbravado - era como pousar em um país desconhecido. Sempre gostara de experiências vívidas e aquilo era uma surpresa. Um mistério. Quem era aquele que ali estava? Naquele momento me observei livre. Livre de raízes, de crenças, de contexto. Quão doce, quão impossível. Suspirei. Suspirei. Cantarolei uma melodia e sorri. Carpe diem!

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