quinta-feira, 4 de junho de 2015

perene

Desejo ser perene. Nem que para isso eu tenha que desafivelar os cintos, afrouxar a gravata e mergulhar no desconhecido de mim. Desejo a descoberta, a experiência. Desejo correr perigo sem medo de me desajustar, de cair, de tombar. Serei perene porquanto cultivar a receptividade, o espaço interno para escutar, digerir, enxergar - dentro e além. Serei perene se houver coragem para abrir mão da idéia de 'o bastante', se puder aprender a olhar para dentro sem receio da desconstrução. Quero me tornar ponte para me encontrar do outro lado do rio, quero tocar, ser tocado. Sonho com o mistério, pois o sou sem saber que o sei. De mim, farei o que vier: no deserto, o sol e a areia, na chuva, a água e a poça, na solidão, a solitude e a saudade. Benditos sejam esses olhos, essa pele, esse meu cansaço. Que seja doce e leve e amargo, pesado, só e mugango. Que venham; a sina e o mantra. Que da existência brotem 84 mil significados. E mais outro...

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